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Café do Porto vendeu o número recorde de 379.290 minis em 2012

O Espaço 77, na Travessa de Cedofeita, vendeu, em 2012, o número recorde de 379.290 minis da Super Bock. Esta segunda-feira, o conhecido café da baixa do Porto festejou o aniversário e o ‘tetra’ e ofereceu cerveja aos clientes e amigos.

Há 4 anos que este negócio familiar bate o recorde nacional de vendas de minis da Super Bock  e há 4 anos que vende estas cervejas a 50 cêntimos.

É que, em 2009, ano em que a marca e o café começaram a assinalar o recorde de vendas no país, o 77 vendeu cerca de 301.000 minis – uma mini a cada 30 segundos –, em 2010, as vendas subiram para cerca de 363.000 garrafas de 20 centilitros – uma a cada 24 segundos – e, em 2011, o número chegou às 378.230 – uma mini a cada 19 segundos.

“Este ano, foi ela por ela, mas batemos novamente o recorde. Só em Dezembro é que vimos que íamos aproximar-nos do número do ano passado”, disse, esta segunda-feira, ao P24 um dos donos, Henrique Rebelo.

Este ano, com uma carga fiscal cada vez mais pesada e a vigilância apertada da Câmara do Porto em relação aos horários dos bares da baixa, será “mais complicado” continuar a bater recordes, diz Henrique Rebelo.

“Ficamos com o 77, que já existia desde 1977, daí o nome, em 1994/95. Inicialmente, era o meu pai e a minha mãe. Desde há 9 anos que estamos os 4 à frente do negócio”, explicou Henrique, enquanto a mãe, a irmã (que partilham o nome Eugénia) e o pai Henrique iam servindo quem apareceu para a festa de aniversário.

Clientela obrigou a investir

As enchentes de jovens, procurando um ambiente informal e familiar e preços mais em conta, começaram “há 5/7 anos”, recorda Henrique. Ao fim da tarde, passam pelo 77 alguns estrangeiros e os estudantes da zona. “A partir das 23h30/24h é o boom, sobretudo de quarta a sábado”, sublinha o empresário, que informa que o café abre das 9h às 2h, de segunda a sábado.

A clientela foi crescendo e obrigou mesmo a família Rebelo a fazer obras no espaço e a investir em novos equipamentos. “Fomos tirando um bilhar, depois tiramos o outro. E alargámos o balcão, que ganhou mais 2,5 metros”, conta o responsável.

Hoje, o Espaço 77 tem uma arca refrigeradora industrial, que permite arrefecer “150 grades de minis em meia hora”, e 3 fornos para os bolos e pizas – um industrial, um semi-industrial e outro mais pequeno.

Noutros tempos, como recorda Henrique, as minis “fresquinhas” acabavam rapidamente porque o processo era “todo manual” e as cervejas eram colocadas uma a uma numa “pequena arca para alimentos”.

A família também cresceu atrás do balcão, onde passaram a ajudar o tio Vitorino e a tia Alcinda.

“Somos do Porto, sim, da Praça da República. Viemos do Ultramar, fugidos da guerra. A vida dos meus pais era lá. Eu e a minha irmã fomos feitos lá, nascemos cá e ainda voltamos para lá”.

“Para aconchegar o estômago”

O 77 não sente os efeitos da crise nas vendas de minis e salgados – “Trabalhámos com 6 firmas e já nos disseram que se fossemos a ver o recorde de bolos também éramos recordistas” –, só no tabaco. “Antigamente, enchia a máquina 3 vezes por semana e agora só encho uma”, diz Henrique.

Apesar de as minis serem o produto mais vendido no 77, “metade das pessoas” que vão ao café fazem-no “para comer”, “para aconchegar o estômago” à noite. “Alguns vêm cá encomendar e levam para os amigos, que esperam nos bares aqui à volta”. Há meio ano, o café até lançou um menu que inclui bifana e mini por 1,5 euros.

Em 2013, a família Rebelo está a estudar a hipótese de instalar um “mini-museu” no armazém do 77. “Temos mais de 500 dedicatórias de Erasmus, fotografias de clientes, as bandeiras dos Açores e da Madeira, e queremos colocar isso tudo à vista”, explica Henrique.

Fonte: Porto 24