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Uptec ganha “óscar” europeu para projectos de desenvolvimento regional

Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto venceu prémio RegioStars da Comissão Europeia que distingue projectos inovadores e boas práticas nas políticas públicas de desenvolvimento.

A satisfação foi proporcional à surpresa: quando, a 9 de Outubro passado, Clara Gonçalves, assessora-executiva do Parque de Ciência e Tecnológia da Universidade do Porto (Uptec), apresentou este projecto ao júri dos RegioStars em Bruxelas, estava longe de imaginar que estaria nesta quinta-feira de volta a Bruxelas, já como representante da candidatura vencedora na categoria Crescimento Inteligente dos prémios que são uma espécie de “óscares” dos projectos na área do desenvolvimento regional financiados pela União Europeia.

Em Outubro, Clara Gonçalves já estava muito feliz por ter chegado ali, ao grupo dos seis finalistas – um lote heterogéneo, que reuniu projectos nas áreas da transferência de conhecimento entre universidades e empresas, da gestão de colheitas agrícolas, das políticas locais de acolhimento de clustersempresariais, vindos de Portugal, Espanha, Áustria, Alemanha, Reino Unido e Suécia,  “Há concorrentes tão bons”, comentava sem esperança na vitória, apesar de o júri ter então comentado que a escolha seria “difícil”.

Os prémios RegioStars foram lançados em 2008 pela Comissão Europeia para destacar boas práticas nas políticas públicas de desenvolvimento regional e projectos inovadores. A candidatura do Uptec a este galardão, na categoria dedicada à ligação das universidades ao tecido empresarial, foi apresentada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.

Criado em 2007, aberto aos alunos, docentes, investigadores, empresários com uma ideia de negócio ou projecto de elevado potencial tecnológico, o Uptec acolhe hoje 113 empresas, entre elas 97 start-ups e spin-offs, de áreas tão diversas como a Agricultura, Arquitectura, Design, Publicidade, Farmacêutica, Electrónica, Produção de Eventos, Gaming ou Robótica.

Funcionalmente, reparte-as por dois tipos de estrutura  — incubadoras e centros de inovação empresarial – e distribui-as por quatro pólos: o Tecnológico (Campus da Asprela), o das Indústrias Criativas (Baixa do Porto), o de Biotecnologia (Asprela e Campus do Campo Alegre) e do Mar (que ficará junto do novo Terminal de Cruzeiros em construção no Porto de Leixões). Nos centros de inovação, as empresas estabelecem sinergias com as unidades de investigação ou de interface com os mercados da Universidade do Porto.

No total, as empresas do Uptec, desde as mais pequenas às mais consolidadas, geraram mais de 900 empregos e atingiram, em 2011, um volume de facturação de 177 milhões (dos quais 168 milhões tiveram naturalmente origem nos centros de inovação).

A aposta é esta, diz Governo

A distinção atribuída ao Uptec já mereceu uma declaração de congratulação por parte do Governo, através do secretário de Estado Adjunto da Economia e do Desenvolvimento Regional, António Almeida Henriques: “Este prémio distingue a forte marca de inovação e empreendedorismo da Universidade do Porto, que é um porta-aviões da ciência na economia do Norte.

Os seus resultados falam por si: no número de empresas, empregos e negócios criados.” Almeida Henriques refere ainda que “este reconhecimento da Comissão Europeia demonstra também o potencial dos Programas Operacionais Regionais em Portugal no desenvolvimento da nova economia. Isto é, a sua vocação em investir bem em inovação empresarial e em empreendedorismo tecnológico, numa abordagem territorial”.

Responsável pela coordenação do QREN (e, por essa via, também dos Programas Operacionais Regionais, aproveita para prometer que esta aposta será regorçada e generalizada na gestão do Novo QREN, que vigorará a partir de 2014. “A experiência vencedora [do Uptec] é um caso de sucesso promissor. Precisamos de faróis como estes: que iluminem projectos regionais de desenvolvimento ecnonómico e de emprego, invertendo a lógica da infra-estutura como um fim em si mesmo.”

Fonte: Público

Felix Baumgartner, homem estratosférico

Felix Baumgartner, o skydiver austríaco, alcançou hoje o seu sonho ao conseguir fazer um lado em queda livre a partir da estratosfera, numa segunda tentativa após a primeira ter sido adiada devido a ventos fortes.

A subida, até aos 128 mil pés (39 mil metros), estava prevista para durar 3 horas mas revelou-se mais rápida, sendo a altura atingida após 2:35 horas a subir, a bordo da cápsula Zenith.

A aventura, patrocinada pela Red Bull, tinha como objectivo bater uma série de recordes e ultrapassar a barreira do som, no entanto, nem todos foram suplantados.

Em 1960, o americano Joe Kittinger estabeleceu o recorde de 102.800 pés, batido agora por Baumgartner. Outra marca deixada para trás foi a de velocidade, o austríaco ultrapassou os 1000 km/h durante a queda, ultrapassando a anterior marca em mais de 100 km/h.

Ainda não existe confirmação oficial de que Felix tenha conseguido ultrapassar a barreira do som.

Antes de iniciar a queda, que demorou menos de 10 minutos, Felix, já no exterior da mesma afirmou: “I’m going home”, com a família a assistir, no centro de comando.

Esta sexta-feira a Lua vai ser azul, ou quase

O que é uma “lua azul”? É um belo olho azul no meio do céu estrelado? Um astro triste? Elvis Presley cantou a “lua azul” para todos os corações solitários: “Blue moon, you saw me standing alone, without a dream in my heart, without a love of my own.” Na língua inglesa também se usa o termo como expressão para um acontecimento muito raro: Once, in a blue moon. Mas esta sexta-feira vai haver outro tipo de “lua azul”: uma Lua Cheia pela segunda vez no mês.

É raro haver duas Luas Cheias durante um mês e o nome deste fenómeno até teve uma pergunta no jogo Trivial Pursuit em 1986. Quem respondeu correctamente nessa altura, já tinha abraçado o termo que tinha acabado de entrar na cultura popular.

Por vezes, a Lua fica mesmo azulada, explica a NASA. Durante a explosão do Krakatoa, em 1883, a Lua ficou desta cor por causa das cinzas lançada pelo vulcão da Indonésia. As partículas eram tão grandes que desviavam as ondas luminosas que dão a cor do vermelho, e o efeito funcionou como um grande filtro azul que mudou a cor da Lua. 

A NASA explica que nesta sexta-feira a “lua azul” poderá mesmo mudar de cor. “Neste mês seco e quente, tem havido bastantes incêndios florestais nos Estados Unidos. Se algum deles produzir uma dose extra de partículas com um micrómetro de tamanho, a Lua Cheia pode realmente tornar-se azul”, explica a agência espacial norte-americana. 

O ciclo lunar é de 29 dias e meio, está fora do compasso das 12 divisões mensais do ano. Por isso, muito raramente, calha há duas Luas Cheias num único mês. A primeira ocorreu a 2 de Agosto, a próxima é esta sexta-feira, mas só se vai ver depois de a Lua nascer, por volta das 19h47. 

Desde 2000, só houve sete “luas azuis”, a última foi em Dezembro de 2009 e, depois desta sexta-feira, a próxima será em Julho de 2015. 

Mas qual é a origem desta designação? “O termo ‘lua azul’ já anda por aí há muito tempo, há bem mais do que 400 anos, mas o seu significado associado a um fenómeno de calendário só se espalhou nos últimos 25 anos”, explica Philip Hiscock na revista norte-americana Sky & Telescope. Hiscock, especialista em cultura popular e lendas, trabalha na Universidade da Terra Nova, no Canadá, e foi à procura da origem deste novo significado.

No século XVI, conta o especialista, quando alguém dizia um disparate afirmava-se que tinha dito que a Lua era azul, já que, obviamente, não é. Mais tarde, depois de se ter realmente observado Luas azuis durante a erupção do Krakatoa, esta expressão passou a estar associada a acontecimentos muito raros. No século XIX, a expressão once, in a blue moon, que pode ser traduzida como “quando a Lua for azul…”, já tinha o significado de hoje de um fenómeno muito raro. 

Hiscock associa ainda o termo blue moon a uma bebida alcoólica e ao sentimento de nostalgia, tristeza e solidão eternizado por Elvis Presley (e outros), na canção Blue moon. 

Em 1988, quando houve “luas azuis” em dois meses diferentes e depois em 1990, quando o fenómeno astronómico voltou acontecer, começou-se a ouvir essa designação para as duas Luas Cheias num único mês. Mas para Hiscock, a “lua azul” “parecia ser cultura popular actual mascarada como algo antigo”.

A origem do erro

Como é que surgiu este termo na década de 1980, como se fosse uma tradição antiga? Deveu-se a um erro de interpretação da própria Sky & Telescope. 

O termo “lua azul” apareceu pela primeira vez no famoso almanaque anual norte-americanoMaine Farmers Almanac, editado desde 1818, que tem várias informações para os agricultores sobre meteorologia, calendário, entre outras. Estava também associado ao calendário e a um fenómeno astronómico, mas com um significado completamente diferente do de hoje. Entre um Solstício de Inverno e o do ano seguinte, há normalmente três Luas Cheias por estação e 12 ao final do ano. Mas, de vez em quando, pode haver 13 Luas Cheias, por isso uma das estações tem de quatro Luas Cheias. Era à terceira Lua Cheia dessa estação que o Almanaque chamava “lua azul”. 

Só que numa edição de 1946 da Sky & Telescope houve uma interpretação errada do conceito usado no almanaque: considerou-se, que num ano com 13 Luas Cheias, tinha de haver um mês com duas Luas Cheias. E essa Lua Cheia a mais é que era, erradamente, a “lua azul”. 

Deste erro de 1946 até ao folclore moderno da década de 80 foi um pequeno salto. Em 1980, a jornalista de ciência Deborah Byrd citou a edição antiga da Sky & Telescope num programa de rádio e assim renascia este novo conceito de “lua azul”. Philip Hiscock voltou a encontrá-lo num livro para crianças de 1985, que serviu de base, um ano depois, para uma pergunta da categoria de Ciências e Natureza do Trivial Pursuit. 

“A nossa nova ‘lua azul’ tem algo dos tempos modernos, tem um cariz técnico que a maioria dos seus significados anteriores não tinha. Talvez por isso tenha sido apreendida tão rapidamente. Apela à nossa sensibilidade moderna de procurar origens plausíveis para as coisas”, explica Hiscock. “Mas qualquer especialista sabe que a plausibilidade é o manto de que a cultura popular se reveste para se ir infiltrando na história”, remata. Devido à sua popularidade, acrescenta, é provável que o novo significado – duas Luas Cheias num mês – venha para ficar.

Mesmo assim, muitos astrónomos defendem que esta é uma razão tão boa para olhar para o céu como qualquer outra. Nesse caso, sexta-feira à noite é o momento. A Lua estará Cheia, a música de Elvis pode servir de banda sonora. E, para quem não tiver por perto uma atmosfera carregada de partículas, pode servir-se de um papel celofane transparente, da cor do mar, como filtro. Dessa forma, terá uma Lua realmente azul e o folclore ficará completo.

Fonte: Público

Morreu Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar a Lua

O astronauta Neil Armstrong morreu este sábado aos 82 anos. Foi o primeiro homem a pisar a Lua, num momento histórico visto por milhões de pessoas pela televisão, em 1969.

Armstrong tinha sido submetido a uma cirurgia ao coração no princípio de Agosto, com a realização de um bypass para resolver quatro bloqueios nas artérias coronárias. Segundo a família, morreu devido a complicações resultantes desta intervenção.

Nascido a 5 de Agosto de 1930 em Wapakoneta, Ohio, Neil Armstrong foi um dos três astronautas da histórica missão Apollo 11, que pousou na Lua a 20 de Julho de 1969. Os outros eram Michael Collins e Edward “Buzz” Aldrin. Collins permaneceu no módulo de comando em órbita, enquanto Armstrong e Aldrin fizeram a alunagem a bordo do módulo Eagle, no chamado Mar da Tranquilidade. “Houston, aqui base da Tranquilidade. A águia pousou”, disse Armstrong.

Foi ele o primeiro a descer, pisando o solo da Lua pela primeira vez na história e pronunciando uma frase que se tornaria célebre: “Um pequeno passo para o homem, uma salto gigante para a humanidade”. Buzz Aldrin juntou-se a Armstrong e ambos passaram duas horas a caminhar saltitantes sobre asuperfície lunar, recolhendo 21 quilos de rochas, tirando fotografias e plantando uma bandeira norte-americana no solo, a 380 mil quilómetros da Terra. 

Numa entrevista à BBC, Aldrin disse que recordará Armstrong como “um comandante muito competente e o líder de uma conquista que será reconhecida até que o homem ponha os pés em Marte”. “Ele era o melhor e sentirei terrivelmente a sua falta”, declarou por sua vez Michael Collins.

“Ele foi escolhido para comandar o módulo lunar porque tinha dado provas de ser a pessoa ideal. Era uma manobra dificílima, uma alunagem à vista. Só ele tinha essas qualidades “, recorda Rui Agostinho, director do Observatório Astronómico de Lisboa. “.Vai ficar na história da humanidade por ter sido o primeiro ser humano que visitou outro planeta”, completa.

“Ele era apenas um emissário de todos nós, diz o físico Carlos Fiolhais, da Universidade de Coimbra. “Não foi só ele que foi à Lua, fomos todos nós”. 

Apaixonado pela aviação desde a infância, Armstrong obteve a sua licença de piloto muito cedo, e serviu como piloto militar entre 1949 e 1952, tendo estado envolvido em 78 missões de combate na Guerra da Coreia. Integrou primeiro a NACA (National Advisory Comittee for Aeronautics), a entidade que daria depois lugar à NASA, servindo como piloto de testes. 

Em 1962, passou para o programa de astronautas da NASA. Comandou a missão Gemini 8, em 1966, e três anos depois, foi destacado para liderar a missão Apollo 11, em que uma nave pousaria pela primeira vez na Lua. “É um lugar interessante. Recomendo”, disse depois de regressar. Enquanto guiava o módulo lunar em direcção à superfície, os sensores no seu corpo registavam uma pulsação de 150 batidas por minuto.

Armstrong permaneceu na NASA por mais dois anos, coordenando trabalhos na área da investigação e da tecnologia. Reformou-se em 1971 e até 1979 foi professor na Universidade de Cincinnati.

Apesar de ter sido protagonista do momento mais emblemático da história da aventura espacial, Neil Armstrong manteve uma vida relativamente discreta. A sua própria família, num comunicado difundido sábado, disse que “Neil Armstrong era um herói americano relutante que sempre acreditou que apenas estava a fazer o seu trabalho”.

“Enquanto lamentamos a perda de um homem bom, também celebramos uma vida notável e esperamos que ela sirva como um exemplo para que jovens em todo o mundo lutem para concretizar os seus sonhos, para explorar os seus limites e para servir uma causa maior que si próprios”, lê-se no comunicado da família.

“Além de ser um dos maiores exploradores norte-americanos, Neil agia com uma graça e humildade que foram um exemplo para todos nós”, disse o administrador da NASA, Charles Bolden.

Para o Presidente norte-americano, Barack Obama, que num comunicado se mostrou “profundamente triste” com a morte de Armstrong, o astronauta é “um dos grandes heróis norte-americanos”.O candidato republicano à Casa Branca, Mitt Romney, que se diz inspirado por Armstrong pela paixão do astronauta “ao espaço, ao universo e à sua devoção à América”, também o considerou um homem de coragem, com um lugar reservado no “panteão dos heróis”, cita a AFP.

Para a família de Neil Armstrong, a melhor forma de o homenagear é seguir o seu exemplo de “serviço, realização e modéstia”. E mais: “Da próxima vez que andar ao ar livre numa noite limpa e ver a Lua a sorrir cá para baixo para si, pense em Neil Armstrong e pisque-lhe um olho”.

Fonte: Público

Morreu última tartaruga de uma subespécie dos Galápagos

Estimava-se que a “Solitário George” tinha cem anos. O animal era o único sobrevivente da subespécie de tartarugas gigantes “Chelonoidis Abingdoni”, da ilha Pinta.

A tartaruga “Solitário George”, o último exemplar de uma subespécie de tartarugas gigantes das ilhas Galápagos, Equador, e que se estimava ter cem anos, foi encontrada hoje morta, de acordo com o Parque Nacional das Galápagos.

“Solitário George” era um animal famoso mas não pelas melhores razões, uma vez que era o único sobrevivente da subespécie de tartarugas gigantes “Chelonoidis Abingdoni”, da ilha Pinta, Galápagos.

A tartaruga, que tem uma biografia completa na Wikipedia , foi resgatada em 1972 por um grupo de caçadores e passou a fazer parte de um programa de criação em cativeiro daquele parque nacional do Equador.

Ainda foi tentada a reprodução com outras subespécies, mas os resultados foram infrutíferos.

A morte de “Solitário George” é de causa desconhecida, e estima-se que a tartaruga tinha pelo menos cem anos. Agora, extingue-se por completo uma subespécie animal.

O arquipélago das Ilhas Galápagos foi declarado Património Nacional da Humanidade pela UNESCO pela riqueza da flora e fauna locais.

Fonte: Expresso