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Morreu David Frost, o entrevistador que levou Nixon a confessar alguma culpa

O jornalista e apresentador de televisão britânico David Frost, célebre pelas suas entrevistas ao ex-Presidente norte-americano Richard Nixon, morreu no sábado devido a um ataque cardíaco, aos 74 anos, anunciou a família.

“Sir David morreu de ataque de coração na noite passada, a bordo do Queen Elizabeth, que é um navio de cruzeiros, onde estava a fazer uma palestra”, diz um comunicado da família citado pela BBC.794846

A longa carreira de televisiva é variada, inclui desde apresentações de concursos com celebridades e um programa de sátira política na década de 1960 que fez história na televisão britânica, That Was The Week That Was, lembra o jornal The Guardian. Mas o que o tornou famoso foram as longas entrevistas com Richard Nixon em 1977, em que pela primeira vez o ex-Presidente reconheceu ter alguma culpa no escândalo do Watergate – quando o Partido Republicano colocou escutas ilegais ao Partido Democrata.

Estas entrevistas deram origem a um filme de Ron Howard de 2008,Frost/Nixon.

O primeiro-ministro britânico David Cameron expressou as suas condolências no Twitter: “O meu coração está com a família de David Frost. Ele podia ser – e comigo foi certamente – tanto um amigo como um temível entrevistador”.

Frost era uma figura da televisão nos dois lados lados do Atlântico, com programas como The Frost Report e Not So Much A Programme, More a Way of Life. Nos últimos anos, diz o Guardian, teve um programa de domingo na televisão privada britânica ITV.

Fonte: Público

Dia de Portugal

10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Esta data começou a ser celebrada na sequência dos trabalhos legislativos após a Proclamação da República Portuguesa de 5 de Outubro de 1910, para assinalar a morte de Luiz de Camões em 1580.

Com diversas alterações na sua designação, o feriado foi adquirindo o carácter nacional, de celebração da nacionalidade, cá e na diáspora. Este ano, pela primeira vez, a data será também assinalada (com o mesmo motivo), na região espanhola da Extremadura.

Este ano, as celebrações oficiais celebram-se em Elvas, cidade alentejana que no ano de 2012 viu a UNESCO atribuir-lhe a designação de Património da Humanidade, especialmente pela sua preservação da característica muralha que fez daquela cidade a mais fortificada da Europa.

Em tempos de tanta dificuldade como os que vivemos ganha um novo significado exaltar a nossa História e os feitos dos nossos antepassados, mas também celebrar toda a comunidade nacional, cada vez mais espalhada pelo Mundo, não só no número de emigrantes, como na quantidade de destinos diferentes onde chegamos.

Morreu o jovem francês da extrema-esquerda espancado por neonazis

Quatro pessoas foram detidas pela agressão. Políticos começam a falar na erradicação de alguns grupos extremistas de direita.

O jovem de 18 anos militante de um grupo de extrema-esquerda agredido na quarta-feira em Paris por neonazis morreu. Clément Méric era estudante de Ciência Política e membro do sindicato Solidires e da Acção Antifascista.

Os partidos, de direita e de esquerda, manifestaram repúdio pelo crime e marcaram, juntamente com alguns sindicatos, uma manifestação para esta tarde, às seis e meia locais (17h30 em Lisboa).

Num comunicado, o ministro do Interior, Manuel Valls, disse que a sua determinação em “erradicar esta violência que tem a marca da extrema-direita é total”. O presidente da Câmara de Paris, Bertrand Delanoë, denunciou a “agressão mortal perpretada por militantes da extrema-direita” e pediu à polícia para ser rápida na identificação e prisão dos responsáveis pela agressão a Clément Méric.

Ao iníco da tarde quatro pessoas, “incluindo o provável autor” da agressão a Clément Meric, foram detidas para interrogatório e vão ficar em prisão preventiva.

Segundo uma fonte policial citada pela AFP, as autoridades “acederam rapidamente” a pistas concretas e a fotos do grupo que atacou o jovem. Trata-se de pessoas que “gravitam” em torno do “núcleo duro das Juventudes Nacionalistas Revolucionárias, um grupo de extrema-direita.

O crime ocorreu na quarta-feira. Méric estava com três amigos num apartamento parisiense para participarem numa venda privada de roupa. Entre os potenciais compradores estavam grupos de extrema-esquerda e de extrema-direita, conta o Monde.

Perto das 18h, dois homens e uma mulher chegaram ao apartamento e, de acordo com as testemunhos recolhidos pela polícia, pertenciam ao movimento neonazi: tinham tatuagens de suásticas e camisolas a dizer “Sangue e Honra” (um grupo neonazi britânico). Os recém-chegados terão tentado impedir a entrada de mais pessoas e, de acordo com uma fonte policial citada pela AFP, os membros da extrema-esquerda identificaram-se como militantes antifascistas. Minutos depois, saem do apartamento, mas as provocações prosseguiram e os neonazis saíram também para a rua.

A Rua Caumartin é uma via pedonal muito movimentada nas traseiras dos Grands Magasins do Bairro Haussmann. Foi onde os dois grupos se enfrentaram. Clément Méric, diz a AFP, não conseguiu sequer erguer os punhos pois foi atingido por um “murro violento” com uma soqueira de metal, segundo as testemunhas. O jovem, bastante mais frágil do que os adversários, caiu e a sua cabeça chocou com um poste. Inconsciente, foi levado para o hospital La Pitié-Salpêtrière onde foi dado o diagnóstico: morte cerebral.

As reacções ao crime — condenado por todos os sectores políticos; a Frente Nacional de Marinne Le Pen (extrema-direita) fez saber que os agressores não estão ligados ao seu partido — fazem prever mais uma convulsão social em França. Há grupos políticos e movimentos civis a marcarem manifestações para esta tarde, para pedirem o fim dos movimentos de extrema-direita e neonazis.

O Presidente francês, François Hollande, que se encontra em Tóquio (Japão) em visita oficial, condenou a agressão e deixou a ideia de alguns grupos extremistas poderem vir a ser ilegalizados: “Todos os elementos nos levam pensar que foi um grupo de skinheads, sem dúvida por algum motivo político. Estes grupos que criam a desordem devem ser reprimidos. Devemos tirar todas as conclusões [deste crime]. Temos de saber o que motiva estes indivíduos e se pertencem a um grupo e se este grupo é político, organizado, estruturado, de forma a tomarmos medidas.”

Fonte: Público

Depois desta notícia, só um pequeno comentário:

Concordo, em absoluto, com a irradicação deste tipo de violência e dos grupos extremistas. No entanto, gostava de entender porque é que a expressão “extrema-direita” tem uma conotação diferente da expressão “extrema-esquerda”.

A expressão “extrema” a mim faz-me confusão, venha ela da direita, da esuqerda ou de outro lado qualquer. Não vejo diferença entre a Alemanha de Hitler e, por exemplo, a China de Mao Tse Tung .

Maduro vai armar dois milhões de operários

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que vai armar dois milhões de operários para garantir a defesa da revolução no país.

Desde que assumiu o poder em 19 de Abril, Maduro aumentou ainda mais a sua tradicional retórica de agressividade e confronto. Agora, anunciou uma nova medida que pode fazer correr rios de sangue no país, já inflamado por denúncias de que as presidenciais foram fraudadas. O presidente venezuelano anunciou que ordenou ao Exército que distribua armas a dois milhões de operários, para que estes ajudem a defender a revolução bolivariana iniciada por Hugo Chávez há 14 anos.

Em cerimónia oficial transmitida ao vivo pela televisão pública, marca registada de Chávez que Maduro manteve, o presidente venezuelano anunciou a criação das ‘Milícias Operárias Armadas’, que se espalharão por todo o país e serão um reforço importante na defesa da soberania nacional. Homens e mulheres que trabalham em empresas de toda a Venezuela e, claro, estejam em sintonia com o governo, receberão armas de guerra e as entidades representativas de classe, como sindicatos, passarão a ter canais diretos de comunicação e parceria com o Exército.

“Seremos ainda mais respeitados se as milícias tiverem 300 mil, 500 mil, um milhão, dois milhões de operárias e operários uniformizados, armados e preparados para a defesa da soberania, da pátria, da estabilidade da revolução bolivariana”, declarou Maduro. Estas novas milícias, que funcionárão em fábricas e outras empresas de todas as cidades do país, vão juntar-se, explicitou o presidente, às ‘Milícias Bolivarianas’, corpo paramilitar criado por Hugo Chávez em 2005 também com o argumento da defesa da revolução e da soberania, e que se estima que hoje tenham cerca de 120 mil voluntários fanáticos armados.

Nicolás Maduro adiantou no seu discurso que ordenou ao ministro da Defesa, Diego Molero, que se apresse na distribuição das armas aos trabalhadores e na criação das milícias operárias. Esta semana, a divulgação de um telefonema entre dois aliados do governo revelava o temor de que o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, e o ministro da Defesa estivessem a planear um golpe contra Maduro.

A oposição, que não reconhece legitimidade a Maduro e contesta na justiça do país a sua eleição, ficou verdadeiramente estarrecida com o anúncio, que classificou como uma nova forma de intimidação aos que contestam o governo e uma tentativa de perpetuar o chavismo através das armas.

Em conflitos de rua ocorridos logo após a denúncia de fraude eleitoral, em Abril, pelo menos 12 pessoas morreram, de acordo com números divulgados pelo governo, quase uma centena ficou ferida e opositores têm sido perseguidos até nos locais de trabalho, segundo denúncias da principal força da oposição, a Mesa de Unidade Democrática.

Fonte: CM